domingo, 12 de janeiro de 2014

Meus azuis

Meus Azuis
Um frio, um frio na espinha.
Uma falta, uma falta de sentir falta de você.
Um vazio, mas um vazio necessário.
Lembranças, boas você deixou.

Dividiu o meu mar.
Você passou por ele em terra seca.
Como um milagre, sim, como um grande milagre você dominou o meu pequeno oceano.
Mergulhou de cabeça e não lembrou que minhas ondas iam te tirar o ar.
Sou maior, sou infinito, sou engano. 
Te limpo, te refresco, mas te mato dentro de mim.
Minhas águas azuis apagaram seus passos refrescando seus pés.
Sua cabana eu levei, fortes ventos trouxeram você mais uma vez pra mim.
Sou o motivo de suas férias, sou o motivo de sua renovação, motivo de fuga.
Sou a sua realização frustrada no passado.
Mas...
Eu engoli você.
Eu tomei você.
Eu te envolvi.
Como um longo descanso eu estive sempre ali. E ainda era divertido.
Você ia e vinha, me dava seu corpo, me dava sua alma, eu te engolia, te tomava, envolvia você.
Você era pequeno, mas sentia tua falta, e mesmo assim você abusou.
No meu profundo, distante do seu pequeno coração, todo o tóxico que você trouxe  eu guardei.
Impossível me livrar dele. Por isso, neste verão não sentirei sua falta.
Neste verão continuarei sozinho nos meus azuis.
Neste verão, esqueça que meu azul virá.
Minhas águas esfriaram mais uma vez.