Algumas pessoas me leem, algumas pessoas sabem muito ou pouco da minha vida, esta, que sempre foi um livro aberto.
Não evito falar do passado, nem do futuro, pois deles nada sei muito bem.
Mas esses dias estive pensando sobre família, o que é sagrado e o que não é.
Pai e mãe são aquilo que você vê e enxerga.
Pai e mãe não é o que o mundo mostra pra você.
Por isso existem madrastas que são mais do que mães, existem mães que são menos do que seu colega de escola. Pais que engravidam suas filhas, pais que são melhores do que qualquer irmão.
Pessoas passam na sua vida, como os pais também podem passar.
Criar os filhos pro mundo é um objetivo muito doloroso, tentar dar tudo do bom e do melhor tem sido o suprimento imediato pra quem não consegue simplesmente repreender e educar.
Pais, não são donos dos filhos, eles um dia vão, e talvez não voltem.
Filhos, um dia se vão, e talvez voltem.
Ouvi dizer que talvez eu tenha perdido um filho meu porque a distância machuca e as escolhas tem um preço.
Julgamentos sem noção.
Eu vivi 21 anos na mesma casa do meu pai, que se dizia pai.
Ele mesmo assim me perdeu, se foi, e quem sabe com seu orgulho enorme não dê sinal nunca mais.
Filhos não são objetos que se ganham ou se perdem de você.
Filhos são nada mais, nada menos do que sementes que você tem que cuidar e regar com amor todos os dias.
O que sobra no amanhã são as lembranças boas, o carinho, a voz, o sentimento.
Presença de um pai que te faz mal, as vezes só faz machucar.
O que é a razão pra mim agora?
O que eu posso dar é o que me alimenta todos os dias.
