terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Confesso


São 4:57 da madrugada linda e seca, encostada em meu travesseiro quente contrastando com o gelado da parede amarelada, quase congelante.Quase sem ar pra respirar, sinto uma falta de algo que realmente sei o que é, poderia dizer que não sei o que me falta mas a hipocresia está deixando de fazer parte da minha vida. Chega de mentir pra mim mesma, chega de pensar que estou numa esfera diferente da que ando normalmente, eu queria mesmo ser a princesinha do príncipe encantado, mas não dá pra viver no mundo encantado sempre...que saco! Eu queria ficar lá pra sempre! Mas não conseguirei manter minha vida de princesa, não tô nem afim de que alguém entenda o que estou falando, mas me sinto frágil e impotente, sem escolhas e sem muitas expectativas, sei que é um crime contra as regras da vida pensar assim, mas tenho o direito de fugir do mundo da imaginação não é mesmo? Eu queria mesmo era largar tudo e ir morar na praia, quem me conhece sabe que eu odeio Brasília...Sabe que meu sonho é casar como mar, eu sei que ele me quer (rsrs) sorrisos espasmódicos me consomem toda vez que eu penso na nossa união.
Sabe que eu nunca fui uma boa menina, deve ser por isso que ando de castigo presa nessa cidade congelada cheia de bolas. Bolas em todas as partes! Essa cidade é horrível, em um único dia você vê 3 ''ovos'', um é o museu, enterrado no chão, um ovo que parece que acabou de aterrizar na atmosfera terrestre e de tão pesado caiu perto da nossa horripilante rodoviária. Sabemos que a Catedral é a única coisa que salva, sua arquitetura maluca e cheia de pontas espetantes pra cima chamam a atenção de qualquer turista bobo que ali passe. To de saco cheio mesmo...as outras bolas são as ''conchas'' da Esplanada dos Ministérios, uma chícara invertida e outra ridiculamente virada pra cima hahaha... eu tenho que rir. Realmente estou saturada de tanta beleza nesta cidade. Mas olhem minha gente, ainda temos a torre de TV, onde você pode conhecer Brasília por completo, ainda irei embora daqui buscar novos horizontes, longe da terra dos concursos, quem quer emprego, fique aqui e boa sorte. Vou continuar a minha vida bem distante desse mundinho em branco e bege com tom de terra marron e cheia de poeira que brota do planalto central. Odeio...sinceramente...
Bem vindos ao meu mundo desvinculado de terras ou horizontes, sou livre de matérias. Já dizia nosso herói vermelhinho: Sigam-me os bons!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Boneca de porcelana



Por que ela dança, eu não sei...esconde o rosto, mas mostra a alma.
Deve ser pra provocar os mais quietos desejos humanos.
Porque ela se entrega aos sorrisos quando se mexe, eu também não sei.
Eu sei que ela nos encanta, que tem um sorriso que derrete corações de gelo.
Ela balança as mãos, ela se entrega, com suas curvinhas tão singelas.
Ela é mais do que menina, ela é mais do que mulher.(mas ainda não sabe).
Não sei quando nos conhecemos, só sei que se tornou inesquecível.
Covinhas surgem do rosto, das costas, de todo o corpo pequeno...
Tão pequena, mas com desejos enormes e poderes destruidores.
Boneca de porcelana, bichinho da seda, bailarina da minha caixinha de música.
Um dia ela toca violão, outro dia eu canto desafinada, um dia ela me dá suas músicas, outro dia eu lhe dou trabalho, um dia ela posa de modelo, outro dia me acompanha ao hospital.
Não quero que se vá, só quero que me encontre, nos seus pensamentos, no seu coração.
Sua amizade e intensidade me conquistam, mesmo quando eu não a vejo.
Um dia ela me ensina a dançar, outro dia eu danço funk sem saber dançar. Um dia eu durmo na  cama dela, outro dia ela me liga.
Eu não sei fazer poesias, eu não sei usar as palavras, eu só sei guardar a ''pequena''  numa redoma de cristal.
Ela conquistou, porque além de dançar ela falava e sorria...