domingo, 31 de janeiro de 2010

Deserto...


Havia uma menina com a boca seca tipo aquelas ''código de barras'' seca, quase desidratada, procurando no deserto das emoções algum oásis úmido onde ela pudesse se afogar, ela corria, se cansava, mas não se entregava, apareceram várias miragens, quase reais onde ela se entregou, mas junto com o vento elas desvaneciam feito poeira.


Seu vestido já estava cansado de tanto rodar no sol escaldante do deserto do amor, ela procurava uma sorveteria, ela não encontrava, ela chupava os dedos melados ainda do último caramelo, mas ela queria mais, ela não se cansava, ela ia sempre pra frente, sempre em frente, o calor do sol estava se indo, se despedindo com muita tristeza, o medo da noite veio, mas ela continuava, e seu vestido balançava e seus dedos gelados tremiam, ela viu a lua iluminando a escuridão, ela se vestiu de alegria, pois ouviu uma voz, lá de longe ele, uma forma mais simples de homem chegava, ele gritava, ele corria...

Ela, corpo pequeno, mãos macias, unhas curtas...pés descalsos, areia fria,nuca de fora... refrescando a alma...

Olhos fitados, coração duvidoso, pescoço pedindo um beijo...

Ela se confundia, ela chorava, ela sorria...

Ela não sabia o que era coração, ele não sabia o que era paixão. Os corpos se encontraram, o sorvete já não era tão importante, havia água suficiente na alma pra hidratar a mais seca terra, rios se encontraram fazendo turbilhões de águas flamejantes, quase quentes, quase queimando a pele.


Se soubessem que estavam tão perto, não teriam corrido tanto pra se encontrar. Se soubessem ler o futuro, não teriam chorado, não teriam sofrido...

Esse dia só chegou porque eles mereciam, porque eles escolheram se encontrar.

O que é mais do que a vontade de matar quem te mata, o que é mais importante do que um doce encontro...a saudade é o cúmulo absurdo acumulado da vontade de se ver.

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